Panda 1ª geração
O Panda é um modelo citadino da marca Italiana Fiat. O primeiro Fiat Panda foi produzido com pequenas alterações entre 1980 e 2003 e é agora referido como o Panda clássico.
Nos finais da década de 1970, os utilitários <<simples>>, como o Citroen 2CV ou o Renault 4, viviam uma segunda juventude. A Fiat decidiu então apresentar uma alternativa moderna e acessivel ao
público juvenil e desenvolveu o Panda, um automóvel de três portas e apenas três metros e meio de comprimento, desenhado pelo estilista Giorgio Giugiaro. Com um habitáculo tão simples como
inteligente e uma carroçaria quadrada que lhe proporcionava um amplo espaço interno, o Panda evoluiu durante mais de 20 anos e transformou-se num dos carros de referência do segmento A e num
dos Fiat mais vendidos da história da marca, tanto em Itália como no resto da Europa.
Giugiaro interpretou perfeitamente o caderno de encargos da Fiat, que falava num utilitário simples, prático, económico e de fácil manutenção, e desenhou uma carroçaria cúbica e muito espaçosa,
dotada de uma útil porta traseira e de um habitáculo de conceção muito inteligente.
A simplicidade define os parâmetros da carroçaria do Panda. Todos os vidros por exemplo eram planos, o que baixava o preço e facilitava a substituição, e as peças de estampagem da carroçaria
não apresentavam características sofisticadas. O capô tambem era plano e os lados apresentavam-se muito verticais, com o que se preservava a habitabilidade interior.
Mas isso não é tudo. Os farois eram quadrados; a grelha dianteira, retangular; os para-choques não eram pintados e ligavamse visualmente com umas proteções plásticas dos lados, perfeitas para
evitar roçamentosno ambiente urbano; não havia puxadores nas portas mas sim uma reentrância no painel traseiro para meter a mão e abrir; não existia um único cromado(todas as juntas dos vidros
eram de borracha preta); usava o plástico para as grelhas de ventilação; as rodas eram totalmente simples e o para-brisas limpava-se por meio de uma única escova.
Para alem disso, as formas cúbicas da carroçaria facilitavam que o habitáculo fosse espaçoso e que o porta bagagens fosse maior do que se esperava num automóvel que mal chegava aos três metros
e meio. E esta simplicidade aplicada ao seu desenho exterior transmitia-se tambem ao interior, onde surpreendiam o tabliê(de tecido) corrido, com um grande porta-luvas para transportar objetos,
na sua parte inferior, e uns assentos muito finos realizados com uma estrutura tubular coberta por uma lona resistente, idêntica à que cobria o tabliê e os forros das portas.
Todos estes elementos eram desmontáveis e laváveis. O caráter modular dos assentos era uma coisa inédita na época em que apareceu o Panda. Os traseiros podiam baixar-se para formarem uma cama
juntamente com os dianteiros, podiam dobrar-se para aumentar a capacidade de carga, ou podiam dispor-se em "V" para deixarem sacos dentro deles como se fossem uma rede. Esta simplicidade foi o
motivo pelo qual o desenho do Panda se manteve em vigor durante mais de duas décadas.
Inovação nos Assentos
![Assentos inovadores Clube Pandista Português](images/panda1-panda45interiorusage.gif)
Um grande porta-luvas corrido
A estrutura tubular dos assentos mantinha-se no tabliê, onde uma barra longitudinal criava um grande porta-luvas em forma de saco e percorria a parte inferior do tabliê de um lado ao outro. Sobre
esta barra encontrava-se um cinzeiro e, opcionalmente, um suporte para a instalação do rádio. A instrumentação estava contida num bloco duplo de plástico, juntamente com os diferentes botões para
as principais funções e ao lado dos comandos de aquecimento, e a alavanca de mudanças encontra-se no chão.
![Tabliê corrido Clube Pandista Português](images/panda1-panda45tablie.jpg)
Bom porta-bagagens
O espaço reservado à bagagem era notável tendo em conta as dimensões exteriores do carro. A sua capacidade era de 270 litros(hoje é quase impossivel encontrar um automóvel do segmento A que chegue
aos 200 litros), ampliáveis para 900 litros caso se baixassem os assentos traseiros.
![Bom porta-bagagens Clube Pandista Português](images/panda1-panda34tail.jpg)
Para desenvolver um automóvel aconómico, é fundamental aproveitar elementos já existentes, e foi isso o que a Fiat fez com o Panda, em 1980: herdou as mecânicas de outros modelos da marca e,
para o chassis, escolheram-se as soluções mais simples possiveis.
O Panda foi lançado em Itália com dois motores. O primeiro motor foi um dois cilindros refrigerado a ar, de 602c.c. e apenas 30 Cavalos, herdado do Fiat 126 e instalado longitudinalmente no vão
dianteiro do Panda. E o segundo motor, um quatro cilindros de 903c.c. e 45 Cavalos, procedente do Fiat 127, que se colocou na mesma posição transversal que ocupava no automóvel de origem.
Em Espanha, a Seat não utilizou o motor do Fiat 126 mas sim o do 133, um propulsor de 850c.c. que posteriormente(em 1982) também viria a ser lançado em Itália.
Durante a sua longa vida, o Panda recebeu inúmeros motores, entre os quais um de 1 litro para a versão 4x4, os Fire de 750 e 1000c.c.(primeiro com carburador e, mais tarde, com injeção
electrónica), um 1100c.c. e finalmente, em meados da década de 1990, propulsores catalisados para trabalharem com gasolina sem chumbo. Também existiu um Panda Diesel e um Panda
Eléctrico, este último uma pequena série vendida essencialmente a empresas e organizações públicas.
As caixas de velocidade originais eram as mesmas qur utilizavam os modelos que forneciam os motores, sempre manuais e de quatro velocidades, embora mais tarde o Diesel tenha estreado uma caixa de 5
velocidades, que se generalizou na gama lançada em 1991 e existiu inclusivé uma CVT estreada nesse mesmo ano.
O chassi do Panda também era um exmplo de simplicidade. A suspensão dianteira era por molas mas para a traseira escolheu-se um eixo rígido com umas molas semielipticas de folha dupla. Em 1986, a Fiat
desenhou um eixo traseiro diferente chamado Omega devido à sua forma, que lembrava a referida letra grega, e que permitiu instalar molas helicoidais em vez de molas de folha.
![Pneu no compartimento do motor Clube Pandista Português](images/panda1-panda750_1000motor.jpg)
As dimensões reduzidas do motor, montado transversalmente, permitiram que os engenheiros da marca colocassem a roda sobresselente dentro do vão dianteiro, preservando assim intacta a capacidade
do porta-bagagens.
O nascimento do segmento A
O lançamento do Panda significou a criação de um novo segmento de mercado, o A, o dos polivalentes pequenos e simples que se situavam no escalão abaixo de carros como o Renault 5, o Fiat 127,
o Ford Fiesta ou o Wolkswagen Polo. Durante anos o Panda monopolizou-o totalmente.
Tinha de ser um automóvel urbano e funcional, pensado para jovens que desejavam aceder ao seu primeiro meio de transporte pessoal a um preço competitivo; um automóvel que ocupasse, em resumo,
um novo nicho de mercado, imediatamente abaixo dos polivalentes que, mais tarde, foram agrupados sob a denominação de segmento B. Por estar abaixo deles em tamanho, potência e preço, o Panda
criou, de certa forma, aquilo que hoje se conhece como o segmento A do mercado. E, o que é melhor, capitalizou perfeitamente o facto de ser o primeiro a chegar, pois monopolizou o segmento durante
mais de uma década.
![Panda Moretti Clube Pandista Português](images/panda1-pandamoretti.jpg)
A surpresa para a Fiat foi que o Panda não seduziu apenas os jovens que procuravam um automóvel acessível, funcional e divertido. A sua apresentação simples, a sua condição prática, o seu consumo
contido e as suas pequenas dimensões transformaram-no num verdadeiro campeão de vendas devido a terem-se juntado outros grupos que pareciam estar à espera de um carro como esse: as mulheres e os
reformados. O novo Fiat passou a ser o automóvel ideal como segundo veículo da familia num momento em que as mulheres estavam a aceder em massa à condução e, alem disso, passou também a ser um
modelo perfeito para aquelas pessoas já sem filhos, em casa e com poucos recursos económicos, que acediam assim a um automóvel moderno e prático.
![Panda Shopping Clube Pandista Português](images/panda1-pandashopping.jpg)
Por tudo isso, o Panda quebrou moldes e ultrapassou as previsões mais otimistas de vendas da marca. A cadência de produção prevista teve de ser multiplicada para satisfazer uma procura íngente tanto
em Itália como nos países Europeus onde foi lançado, e o Panda foi o automóvel mais vendido durante anos tanto no estado Italiano como em Espanha. Mais, em Itália, menteve-se entre os dez mais
vendidos quase até ser retirado de catálogo. Foram produzidos mais de 4,500,000 Pandas desta primeira geração.
![Panda Dance Clube Pandista Português](images/panda1-pandadance.jpg)
As mesmas formas durante 20 anos
A evolução do Panda registou poucas alterações a nivel estético e dele só se derivou a famosa versão 4x4. As modificações mais significativas registaram-se na evolução macânica e, sobretudo, na
substituição das molas helicoidais da suspensão traseira.
O Panda manteve a sua única carroçaria de três portas durante toda a vida da primeira geração e as alterações etéticas foram minimas afetando apenas a parte da frente (mais especificamente o
para-choques e a grelha) e a lateral, onde a terceira série tinha as proteções de plástico pintadas com a mesma cor da carroçaria.
No ano de 1982, a Fiat lançou o Panda Super, com mais equipamento, uma suspensão traseira melhorada graças a uma mola helicoidal única e a um novo frontal com o logótipo Fiat das cinco barras
diagonais. Um ano depois aparecia a versão 4x4 e em 1984 levou-se a cabo um pequeno redesenho do modelo coincidindo com a introdução dos acabamentos L e CL.
![Panda 900 CLX Clube Pandista Português](images/panda1-pandaclx.jpg)
No entanto, a primeira atualização importante chegaria em 1986, com a introdução da nova familia de motores Fire de 750 e 1000c.c. e a nova suspensão traseira por molas helicoídais. Nesse mesmo ano
apresentou-se o Panda Diesel com o motor de 1300c.c. e 37 Cavalos proveniente do Uno que se vendeu unicamente no acabamento base. Em 1991, o Panda recebeu um último restyling, com uma nova
grelha, um interior ligeiramente mais requintado e uma oferta de sete motores a gasolina, alguns deles com injeção eletrónica.
No que se refere a versões especiais, para alem do Van concebido para uso comercial, alguns carroceiros Italianos propuseram diferentes versões de praia, e em Espanha a empresa Emelba desenhou
um monovolume de estética infeliz chamado chato.
Em Espanha, a evolução do automóvel sob a marca Seat foi diferente. Antes da separação da Seat e da Fiat, a marca Espanhola tinha criado versões próprias do Panda sem equivalente em Itália. O
Terra era um derivado do praia, ao estilo do Citroen Méhari, com portas mas com um teto de lona desmontável; o Trans, umas pequena furgoneta apainelada ou envidraçada, e o Marbella, uma versão de
luxo com caixa de cinco velocidades, grelha de plástico preto e estofos de veludo.
Quando em 1986 o Fiat Panda se transformou no Seat Marbella, manteve o motor de 903c.c. mas estreou uma parte da frente distinta com uma grelha inclinada e faróis grandes. O Marbella foi o modelo
low cost, até 1998, quando o final da sua produção levou ao encerramento da antiga fábrica da Seat em Barcelona.
Três modelos Seat derivados do Panda
O Papamóvel: Quando João Paulo II visitou a Espanha em 1982, o seu séquito apercebeu-se de que o Mecedes G que Sua Santidade utilizava para deslocar-se era demasiado alto para entrar pelos
túneis dos estádios de futebol de Madrid e Barcelona. A Seat criou este Panda, para o Pontificado percorrer 100 metros em ambos os sentidos.
O Seat Trans/Terra: Cmo a Seat não fabricava o Fiorino, a marca espanhola criou uma pequena furgoneta, aproveitando o bastidor e o motor do Panda. Disponivel em versões apainelada e envidraçada,
chamou-se Trans enquanto teve a parte da frente do Panda e Terra ao adoptar o do Marbella. A Fiat nunca o fabricou em Itália.
O Seat Marbella: Por causa da rutura do acordo de colaboração entre a Seat e a Fiat, a marca Espanhola continuou a fabricar o Panda com o nome de Marbella numa única versão básica. A parte da
frente era distinta e foi exportado para toda a Europa, e também para Itália, onde passou a ser o rival dos Pandas básicos. O Marbella não teve suspensão traseira por molas helicoidais nem motores
Fire de injeção.
Panda 4x4
![Panda 4x4 Clube Pandista Português](images/panda1-panda-4x4-x.gif)
Lançado em 1983 pela Fiat, na base do Panda 45 que já se encontrava em circulação desde 1980, sendo o desenho de Giorgetto Giugiaro, e a mecânica 4x4 da responsabilidade da Austriaca
Steyr-Puch, que também equipa os Mercedes G-Class, Vauxhall Cavalier, Jeep Grand Cherokee e muitos mais topos de gama, esta mecânica é simples e eficiente, tem tracção dianteira ou ás quatro
rodas, accionada por uma alavanca (sistema puch), através de veio de transmissão do movimento, ás rodas traseiras por meio de três troncos . De salientar que a tracção ás quatro rodas pode ser
“ligada” ou “desligada” em andamento, isto desde 1984, só á uns anos algumas marcas, diziam-se pioneiras no assunto. O Panda 4x4 clássico encontra-se homologado a Europa e não só como um veiculo
todo-o-terreno.
![Diferencial Traseiro Clube Pandista Português](images/panda1-panda-4x4-rear-axle.gif)
Ao longo dos anos o Panda 4x4, sofreu algumas alterações:
1983 a 1987 – O primeiro modelo do Panda 4x4 tem o código de MARK 1 (Série I). Este Panda 4x4 surgiu sobre dois dos protótipos de Giorgetto Giugiaro, o Strip e o Offroader. Equipado com
um motor 965c.c. da Autobianchi, usando a mesma mecânica 4x4 de hoje, a essência do MARK 1 era simplicidade e o sentido prático. Os assentos dianteiros eram acolchoados, o assento traseiro era
prendido no lugar por 2 barras e por certas molas, este assento podia ser usado como o normal, plano dobrado, ou ser deitado de maneira a ser formada uma cama conjuntamente com os assentos dianteiros.
O MARK 1 teve a placa da matricula situada no meio do para choques. Os pequenos gráficos 4x4 foram colocados no lado. Este veiculo era bem aceite por enfermeiros, por veterinários, agricultores,
empresas de telecomunicações e eléctricas, e pelos moradores das zonas montanhosas da Europa. O MARK 1 teve um tabliê muito simples, que desse primazia ao espaço de armazenamento dianteiro muito grande.
Em 1986 foi produzido o Panda 4x4 Van, que era propulsionado por um motor 1300cc a gasoleo com 37cv.
![Panda 4x4 Van Clube Pandista Português](images/panda1-panda-4x4-van.jpg)
1987 a 1991 – O segundo modelo do Panda 4x4 tem o código de MARK 2 (Série II - Modelo Padrão e Sisley). Os MARK 2 foram baseados no MARK 1 tendo-se alterado a motorização para um motor
FIRE, motor este que fora elaborado pela Fiat em parceria com a Peugeot, embora a Peugeot nunca os tivesse utilizado. Outras das diferenças deste modelo era, o isqueiro com pulso de disparo, a
possibilidades de abrir as janelas traseiras, a gaveta para o rádio, os vidros coloridos e a escova de limpeza do vidro traseiro. A única maneira que era possível diferenciar o interior de um 4x4 de
um 4x2 era: a alavanca para seleccionar a tracção 4x4, a luz de advertência de tracção 4x4 “ligada” no tabliê. Dentro do MARK 2, surgiu uma edição especial, o Panda 4x4 Sisley. O Sisley foi um
projecto da conhecida marca de vestuário Sisley-Benneton, e tinham como particularidades em relação ao MARK 2, limpa faróis, pintura metalizada, inclinometro, rodas brancas, porta skis, um tabliê
especial para o Sisley, tecto duplo em lona, bancos dianteiros e traseiro para além de terem o símbolo de uma canoa foram melhorados em termos de conforto e fixação, várias partes do veiculo possuíam
dizeres 4x4 SISLEY (portas, cintos de segurança e os pequenos “tampões” das rodas), etc. Este modelo do Panda 4x4 Sisley foi fabricado em quatro cores, verde tropical, bordeaux, azul agadir e
cinzento quartzo, sendo esta ultima mais rara.
![Panda 4x4 Sisley Clube Pandista Português](images/panda1-panda-sisley.jpg)
1990 - Saíram alguns panda 4x4 chamados de CLX, que não eram mais do que um panda normal só que com tracção às quatro.
![Inclinometro do Panda 4x4 Clube Pandista Português](images/panda1-panda-4x4-inclinometer.gif)
1991 a 2001 - O terceiro modelo do Panda 4x4 tem o código de MARK 3 (Série III - Country Club e Trekking). O MARK 3 continuou realmente apenas o sucesso da marca 2, em todo o caso, o
MARK 3 ganhou uma grade nova e deixou de ter o símbolo Panda 4x4 – Steyr-Puch na mala traseira, passando a ter os dizeres Panda 4x4, gravados na mesma. A capacidade do motor elevou-se a um motor FIRE
de 1108c.c., acoplado ainda à mesma transmissão. Os limpa faróis existentes no Sisley foram abandonados. Novas opções e equipamento foram introduzidas ao longo dos anos deste modelo até 2001, entre
as quais destacam-se; vidros resistentes ao calor, fecho central, vidros eléctricos á frente, um novo tablier e novo forro interior.
![Panda 4x4 Country Club Clube Pandista Português](images/panda1-panda-countryclub.jpg)
2002 - Sai das fábricas da Fiat o ultimo modelo 4x4 da 1º geração, o Panda 4x4 Climbing, com motor 1100c.c. e transmissão equipada com diferencial viscoso.
![Diferencial Completo Clube Pandista Português](images/panda1-panda-transmission.gif)
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